quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sem palavras

É, ontem foi um dia realmente muito triste para nós. Mas também um momento de refletir sobre tudo que vem acontecendo, com o Brasil, com as pessoas, com o futebol, e nós corinthianos inclusos.
Essa coisa que começou na Europa e Estados Unidos e que sempre acaba contagiando o resto do mundo. A loucura desmetida por astros, por falsas promessas, por pseudo-deuses que nada mais querem que ganhar dinheiro às custas do amor incondicional e tolo de muitos, que correm para gastar cada centavo que ainda não tem (isso se chama cartão de crédito) para comprar uma camisa com a camisa escrita com seu nome. Que crucificam quem enxerga todos os erros e abusos que acontecem nas horas boas, mas que são as causas das horas ruins. E que, claro, são os que mais sofrem quando o mundo cai, pois para os jogadores, é como se tivessem apenas entregado uma carta na casa errada, se fossem apenas mortais carteiros.
É, torcedor corinthiano. Os jogadores não são esses seres extraterrestres acima do bem e do mal. Eles erram, e muito. Muito mais que nós, que trabalhamos todos os dias por bem menos que eles. Além do que, aquela camisa que eles envergam durante os jogos, que nós compramos por uma fortuna para usar com orgulho, para eles é uma farda, como aquelas que você usa para ir ao colégio, ao trabalho...

E a Libertadores é um título importante, sim. Mas que o brasileiro supervaloriza em detrimento de outros muitos mais difíceis de ganhar, como o próprio Brasileirão, ou porque o Corinthians não ganhou. No dia que ganhar, acabou a Libertadores. Aconteceu isso com o Campeonato Brasileiro. Em 1990 o Brasileirão perdeu a graça, e assim será com a Libertadores. Por que essa maluquice, essa obsessão por um título que pode vir a qualquer momento, desde que paremos com essa cobrança desmedida, esse estranho desejo de ser igual a clubes que desejariam ter pelo menos uma pequena parte do amor que o torcedor do Corinthians tem pelo seu clube, mas que não deveria ser transformada em tragédia de marido machista traído ou deixado pela mulher que ele acha que ama?

Vamos torcer com orgulho, vamos empurrar nosso clube. Mas gostaria realmente que parássemos com essa cultura de amor a pessoas comuns, que de vez em quando fazem um jogadinha bonita que, por treinarem todo santo dia, deveria ser apenas obrigação, e não motivo de endeusamento eterno.

Um comentário:

Julio Temporal disse...

#prasempreFENOMENO

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